Rio Claro também é conhecida como a “Capital da Alegria”

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Tradição e História no Carnaval de Rio Claro

ARTIGO – Ainda sobre os carnavais Contemporâneos

O carnaval contemporâneo em Rio Claro sofrerá forte influencia do carnaval carioca, cujo modelo marcaria o surgimento das Escolas de Brancos – SAMUCA. (Grêmio Recreativo cultural Beneficente Escola de Samba “Samuca”) e CASAMBA ( Grêmio Recreativo, Esportivo, Beneficente e cultural Escola de Samba “A casamba”, e logo após , Indaiàs (GBRC Grupo Beneficente , Recreativo, Cultural, Escola de Samba “ Ao Indaias” ), Uva – Unidos da Vila Alemã) e RENASCER ( Grêmio, Beneficente, Recreativo e Cultural Escola de Samba Renascer ) Essas escolas de samba trouxeram ao carnaval de Rio Claro programação visual nova da avenida, onde o luxo e a riqueza das fantasias estavam voltadas para a idéia competitiva, segundo os moldes do carnaval carioca – meta sonhada por todos os carnavais de escolas de samba Brasileiro.

O luxo e a riqueza acabaram por afastar o verdadeiro carnaval das ruas, sem auxilio financeiro, sem apoio cultural nascido para morrer, o carnaval raiz autêntico. Puro popular – perdeu sua força.

Seja como for o carnaval autêntico passou por transformações genuinamente locais, o que viria a notabilizar Rio Claro como Capital da Alegria. Durante muitos anos o Rio Clarense acotovelou-se nas calçadas das estreitas ruas do centro da cidade, onde acontecia o Corso Carnavalesco com seus cordões, blocos, carros alegóricos de clubes e as batalhas de confete, que sempre empolgaram os foliões . Prova incontestável disso são as fotos que mostram a presença popular nas festas carnavalescas – qualquer que seja o tempo ou espaço.

Note-se que ocorreram tentativas de criar liga independente das Escolas de Samba como a do carnaval do Vale do Paraiba e de tantos outros; aqui, porém, não houve a preocupação de buscar parceria com a iniciativa privada ou outra solução que provocasse o desligamento da Mãe Prefeitura.

Na década de 80, o surgimento de novas Escolas e a mudança do carnaval show para a Avenida do Rio Claro, Avenida Presidente Kennedy e Estádio Municipal Doutor Augusto Schmidt Filho trouxeram novos ânimos aos carnavalescos contudo, a dependência econômica da Prefeitura Municipal, decorrente do imobilismo das escolas , e a elevação constante do preço dos materiais utilizados em fantasias e alegorias transformaram rapidamente aquele carnaval reluzente e bem-sucedido de antes num visual pobre, com material barato e sujeito a desgaste, provocado pela intempérie freqüente nos dias de carnaval.

Esses problemas ofereceram o ânimo de alguns carnavalescos, deixando os organizadores do eventos inseguros quanto a participação real de todas as agremiações a cada ano . Assim, o carnaval da avenida Visconde do Rio Claro foi decaindo, chegando a ponto de desaparecer por completo durante vários anos.

A escassez de verbas oficiais para bancar a festa e atender as exigências das agremiações, a falha de interesse da iniciativa privada em patrocinar o evento, a falta de transparência na prestação de contas publicas e a completa desestruturação da recém-formada liga independente das Escolas de Samba, acabaram por obrigar a Prefeitura Municipal a buscar outra maneira de satisfazer a vontade popular produziram-se shows populares, trazendo personalidades de expressão nacionais como Emilinha Borba, noite ilustrada, Demônios da Garoa e outros artistas.

Nos últimos anos, mais uma vez, de forma amadora e pulverizando verba pública, procurou-se resgatar alguns acontecimentos de Velhos Carnavais como a chegada do Rei Momo na Estação Ferroviária, a Turma do Zé Pereira e a entrega de chave da cidade ao Rei Momo, criou-se sistema de Bailes Populares, instituiu-se no jardim Publico o Baile dos Anos Dourados , só com marchinhas antigas de carnaval. A Banda do Veneno, surgida +como forma de protesto contra a saída do carnaval do centro da cidade, viria a crescer. O final da história todos sabem: mais uma tentativa frustrada, porque o carnaval popular não pode ser pensado de cima para baixo: isso desmobiliza e desorganiza a cultura popular.

Com a volta dos desfiles da Avenida Visconde do Rio Claro, surgiram mais duas escolas de samba: PAVÃO DE OURO (Grêmio Recreativo Cultural Beneficente Esportiva Escola de Samba “Pavão de Ouro”) e Porto Cristal (Grêmio Recreativo Cultural e Beneficente Escola de Samba “Porto Cristal”).

Destaque no Carnaval de Rio Claro – Erica Palmero Schio

Com a atual administração Municipal, o carnaval no estilo carioca voltou às ruas e a população o aplaudiu: 50 mil pessoas nas ruas. Talvez seja necessário, bailes apoteóticos ao som de marchas imortais, pois o Brasil é um pais festeiro e vem fazendo essa revitalização em varias de suas cidades.

Fonte: Cadernos Azuis – Volume 1 – Arquivo do Município de Rio Claro

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