História – Agricultura

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Características Econômicas: As terras do município foram desbravadas no século passado e desde as primeiras décadas dois tipos de lavouras, a cana-de-açucar e o café, foram as que mais se destacaram ao lado da atividade de pecuária que sempre esteve presente. Mesmo durante o período de grande valorização da lavoura cafeeira não houve completa substituição da lavoura de cana, a qual coexistiu com a cafeicultura, embora ocupasse posição de menor importância. É sobretudo devido à cafeicultura que até 1842 se verifica a chegada de grande número de escravos para o trabalho nas fazendas. Por volta de 1850 chegaram a Rio Claro os reflexos da iniciativa do senador Vergueiro começava em 1842 na fazenda de Ibicaba (em Limeira), trazendo braços de trabalhadores livres para a lavoura do café, representados por imigrantes europeus.

Essa passagem do trabalho escravo para o trabalho livre exigiu grandes transformações no sistema agrícola até então empregados, forçando também mudanças na mentalidade dos fazendeiros acostumados ao regime de escravatura.

Assim, Rio Claro, na segunda metade do século passado, caracterizou-se por apresentar sua economia agrícola voltada, quase totalmente, para a lavoura cafeeira, que experimenta a passagem do regime escravocata para a fase marcada por um regime de parceria, o qual possibilitaria o aparecimento de uma classe de pequenos proprietários agrícolas baseado em salários fixos e empreitadas pré-estabelecidas.

Em 1855 havia em Rio Claro sessenta e cinco fazendas de café, as quais produziam noventa e nove mil seiscentos e setenta arrobas do produto.

Com a chegada dos imigrantes europeus, que nem sempre tinham tradições agrícolas, o que se verificou foi uma mudança muito importante nos costumes e ocupação dos agricultores, os quais influiriam inclusive no regime alimentar da população existente, quer na zona rural, quer no pequeno aglomerado que ganhava, gradativamente, feições e características urbanas. Assim os imigrantes europeus introduziram ima prática completamente às lides características da cafeicultura, o que gerou atividades complementares: a horticultura e a industria doméstica, Os produtos dessas atividades: legumes, mel de abelha, leite, queijo e manteiga eram vendidos, separadamente, no aglomerado urbano. É, especialmente, graças à introdução do imigrante de origem Alemã, no sistema agrícola de parceria, que foi possível o aparecimento dessas atividades que marcaram, sobremaneira, a economia Rio Clarense no final do século passado.

Em 1873 era grande o número de sobrenomes Alemães entre as famílias que trabalhavam na agricultura, mais que tão logo encerravam seus “contratos agrícolas”, deixavam a zona rural para se dedicarem aquelas atividades a que estavam acostumados em seu país de origem, ou seja : oficinas de consertos, pequenas indústrias.

No ano de 1876 os trilhos ferroviários chegaram a Rio Claro para transportar principalmente o café, o qual já ocupava terras a cem ou duzentos quilômetros em direção aos Sertões de São Carlos e Araraquara.

Em 1880 chegaram grandes levas de imigrantes Italianos para trabalhar na lavoura Rio Clarense.

Em 1912, Rio Claro figura ainda entre os municípios maiores produtores de café no Estado com o Conde Prates possuindo, só em uma fazenda, novecentos e cinqüenta mil cafeeiros produzindo cinqüenta mil arrobas.

Atualmente, mais de oitenta por cento das terras abrangidas pelo município de Rio Claro são destinadas às atividades agro-pastoris. Por essa característica podemos afirmar ser Rio Claro um município que depende muito da atividade agrícola.

Muito embora as terras de Rio Claro, tenham sido desmembradas através da pratica da pecuária e lavoura da cana-de-açucar, foi em dúvida, com o cultivo do café que o município se projetou econômica e politicamente.

A pecuária do município de Rio Claro está orientada sobretudo para a produção de leite . Conservando essa característica leiteira, cresce a cada ano o número de pecuaristas que se dedicam à pecuária de engorda.

Existe no município d Rio Claro, particularmente na fazenda São José, a criação de eqüinos puro sangue destinados aos hipódromos paulistas.

No setor de aves e ovos, Rio Claro conta com numerosas granjas com modernas instalações e alta produtividade.

Fonte: Rio claro Sesquicentenária

Aspectos Econômicos – AGRICULTURA I

Na primeira metade do século XIX desenvolveram-se em nosso município especialmente duas culturas agrícolas a cana-de açúcar e o café, juntamente com a pecuária. A partir de 1840 a onda de café atinge Rio Claro e alcança seu apogeu 20/30 anos depois.Mesmo declinando a produção nas décadas seguintes o café mantem sempre uma posição de destaques até 1929 quando ocorre a quebra da Bolsa de Nova Yorque.

Em 1855 existiam no município 65 fazendas de café com milhões de pés produzindo, tratados pela mão-de-obra escravocrata. Com a abolição da escravatura e a vinda de imigrantes Alemães e suíços e, a partir de 1880, também de Italianos, o regime escravocrata foi substituído pelo regime parcerista mas este teve curta duração, pois foi uma fase transitória que, ao desaparecer, dá origem ao trabalho agrícola baseado em salários fixos e empreitadas pré estabelecidas . Sanches destaca que, em 1912, Rio Claro ainda era um grande produtor de café, pois havia 11.864.000 pés de café nas grandes e tradicionais fazendas. Os pequenos produtores se dedicavam ao cultivo de produtos de subsistência, ou seja, culturas anuais como milho, arroz, feijão e, em áreas muito restritas, algodão e cana-de-açucar. Os Alemães, em suas pequenas propriedades passaram a produzir legumes, leite, manteiga, queijo e mel contribuindo para mudar os costumes alimentares da população.

Trinta anos mais tarde, em 1950, o uso do solo agrícola era totalmente diferente daquele da primeira metade do século XX. A cultura do café sofreu redução drástica, permanecendo somente 1 milhão de pés de café em produção que ocupavam 1.300 hectares contra os 15.000 hectares em 1900. Também as plantações de feijão diminuem, o algodão mantém sua área e somente o cultivo do arroz dobra de área plantada.

A pecuárea, no mesmo período, também sofre acentuada redução. Criação de aves cai de 70.000 para 57.000, os bovinos de 23.000 para 14.000 e os suínos de 19.6000 para 8.400. Estes dados deixam claramente que a primeira metade do século 20 apresenta um decréscimo acentuado na importância da agricultura.

ASPECTOS EONÔMICOS: AGRICULTURA ll

Hoje vamos expor as características da agricultura Rio Clarense de 1950 até os dias atuais.

As culturas de algodão, feijão e principalmente de café praticamente desapareceram das terra do município.

A cana-de-açucar passa a ocupar o primeiro lugar no uso do solo rural. O terreno plano que permite fácil mecanização, a problemática e complexidade da legislação referente a mão de obra, os altos custos de insumos, juntamente com o programa “Pró-Alcool” foram responsáveis pela diminuição e até mesmo o desaparecimento de muitas atividades agrícolas. Pesquisas feitas por Isler mostram que 63% das propriedades rurais tem menos de 20 hectares e somente 23% tem mais de 100 hectares. Predomina, portanto, em nosso minicipio, a pequena propriedades. Estes estabelecimentos são tocados quase que esclusivamente pelos proprietários e seus familiares e um número muito reduzido de empregados. Como característica atual podemos destacar a prática da horticultura pelos pequenos proprietários que atualmente também fazem experiência para implantar o cultivo de plantas ornamentais. Outros proprietários, que moram na cidade, arrendam suas terras para as grandes usinas se açucar de municípios vizinhos.

A pecuária, que ocupava lugar de destaque pelos mesmos motivos, associado aos baixos preços do leite, também desapareceu. A usina de laticínios fechou suas portas há bastante tempo.

Muitas são as dificuldades enfrentadas pelos produtores rurais, Isler, em sua pesquisa salienta: alto custo da produção, problemas de comercialização, ausência de linhas de financiamento adequado, altos tributos e impostos. Os produtores , conforme aquele autor, sugerem para políticas locais, visando um maior desenvolvimento: ampliar o marketing das empresas na cidade, políticas de apoio, projetos de investimentos, políticas de compras com intervenção do Poder Municipal, desenvolvimento de cursos de qualificação profissional e apoio na busca de recursos.

As pastagens, hoje com pouco gado, são ocupadas pela cana-de-açucar e a silvicultura de eucalíptos mantém-se estacionada. Se dados de 1987 mediram, quanto ao uso do solo, que 41% eram pastagem, 29% culturas anuais, 9%reflorestamento, 5% culturas permanentes, 5% matas e capoeiras, 8% de área urbana e 2% de área industrial, o recenseamento deste ano vai mostrar a situação atual do “uso do solo” em nosso município.

Resumindo, podemos afirmar que a cultura da cana predomina no município e , com o programa de biocombustível lançado novamente pelo Governo, deve expandir-se ainda mais, culturas temporárias e a pecuária têm sua importância reduzida de ano para ano. Na economia municipal a agricultura representa hoje menos de 10%.

Fontes:
Sanches M.C. Agricultura e Industrialização, Rio Claro Sesquicentenária, Museu Histórico e Pedagógico, 1978.
PoltronieriL.C A atividade agrícola, Rio Claro: terra, trabalho e história, câmara Municipal, ARGEO, 1985.
Isler, E. A., Oliveira J. C. V. O Agronegócio de Rio Claro, Prefeitura Municipal de Rio Claro IGEagro, Rio Claro, 2005.

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